Receberemos, a partir de Novembro, a Visita Pastoral do Sr. Patriarca, na nossa Vigararia de Oeiras.
A última vez que aconteceu foi em 2020, no contexto do início da Pandemia, tendo ficado suspensa. Por isso seremos a primeira vigararia a ser visitada pelo Sr D Rui Valério. E pós isso quero a recordar convosco a importância desta iniciativa.
Na vastidão do ministério episcopal, a Visita Pastoral às paróquias destaca-se como um momento singular de graça e renovação. Mais do que um mero dever canónico, é um gesto vivo da solicitude pastoral que o Bispo, sucessor dos Apóstolos, nutre por seu rebanho. Como Cristo, o Bom Pastor, que conhece suas ovelhas e por elas se entrega (Jo 10, 14), o Bispo percorre as comunidades para confirmá-las na fé, fortalecer a unidade e reavivar a chama da missão.
Essa visita é, antes de tudo, um sinal de comunhão. A Igreja, Corpo Místico de Cristo, não se reduz a estruturas isoladas, mas vive da união entre as paróquias e a diocese, entre os fiéis e seu pastor. Quando o Bispo cruza o umbral de uma igreja, traz consigo o testemunho da Igreja universal, recordando que nenhuma comunidade caminha sozinha. O seu olhar atento e sua palavra acolhedora tecem laços mais profundos, integrando cada fiel, cada família, numa única grande família de Deus.
Além disso, a Visita Pastoral é tempo de discernimento e renovação. O Bispo, com paterna solicitude, observa a vida da comunidade: a sua liturgia, a sua catequese e a sua caridade. Dialoga com sacerdotes, religiosos e leigos, escutando as suas lutas e esperanças. Desse diálogo nascem orientações que fortalecem os ministérios, corrigem desvios e apontam novos caminhos para a evangelização. Não se trata de uma mera inspeção, mas de um encontro que desperta a paróquia para sua vocação missionária.
A celebração dos sacramentos durante a visita – especialmente a Eucaristia e a Crisma – confere um caráter sacramental a esse momento. Quando o Bispo impõe as mãos e unge com o óleo santo do Crisma, a graça do Espírito Santo renova a comunidade, infundindo-lhe vigor para testemunhar o Evangelho. Esses gestos sagrados não são apenas ritos, mas sinais palpáveis da presença de Cristo no meio de seu povo.
Por fim, a Visita Pastoral cumpre uma missão canónica e correctiva. O Direito da Igreja (c. 396) estabelece que o Bispo deve velar por todas as paróquias, garantindo que a fé seja transmitida com integridade e que a disciplina eclesial seja observada. Se, por um lado, o seu coração se alegra com as obras de amor que encontra, por outro, ele não deve hesitar em corrigir com caridade o que precisa ser purificado, sempre visando o bem das almas.
Assim, a Visita Pastoral não é um simples protocolo, mas um encontro transformador. É o pastor que caminha com seu rebanho, é a Igreja que se reconhece una e missionária. Nesse diálogo entre o Bispo e sua diocese, ressoa a promessa de Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20). E nessa presença, a comunidade redescobre sua identidade e sua missão: ser, no mundo, luz das nações e sal da terra.
Por isso apelo ao Conselho Pastoral e a todos os movimentos da paróquia o cuidado de começar a preparar, em pedagogia sinodal este momento de forte comunhão.
Todos estamos envolvidos e todos nos devemos envolver!