Carta Pastoral “Dai razões da vossa esperança”
Esta carta pastoral do Patriarca de Lisboa, Rui, datada de 1 de dezembro de 2024, foca-se no tema da esperança
Resumo da sua história
Nos primeiros tempos chamaram-lhe Ermida, depois e durante séculos, Capela e, atualmente, por determinação do Senhor Cardeal Patriarca Dom José Policarpo, é denominada Igreja (não paroquial).
A Capela data do século XVII. Em 1690, era sua proprietária Dona Tereza Eufrásia de Menezes, sendo mais tarde doada por esta senhora à Companhia de Jesus.
Com a expulsão dos Jesuítas de Portugal e a nacionalização do Hospital de Todos-os-Santos, hoje chamado Hospital de São José, a Capela passa, em 1782, a pertencer a esta instituição.
Cerca de 1873, a Capela estava praticamente ao abandono, sendo reedificada, nessa altura, a expensas dos cofres do Hospital e de alguns donativos particulares. Em Setembro desse ano, realizaram-se, em Paço de Arcos, as primeiras festas em honra do Padroeiro Senhor Jesus dos Navegantes. O primeiro mordomo dessas festas foi o Patrão Lopes, que realizou nesta terra a maior parte dos seus feitos heróicos, profusamente documentados.
A imagem de S. Sebastião, que se encontra na Capela, já existia nessa altura, assim como a do Senhor Jesus dos Navegantes, venerada desde há muitos anos pelos pescadores locais e por aqueles que recolhiam à enseada de Paço de Arcos para se abrigarem em ocasiões de temporal.
É convição que, com a implantação da República, a Capela esteve encerrada entre 1910 e 1928.
Após esta data, tornou-se propriedade da Direção Geral de Finanças, entidade junto da qual os paroquianos de Paço de Arcos tentaram, sem sucesso, dela retomar posse. No entanto, em 1929, foi possível garantir a sua cedência para uso e administração, na pessoa do Sr. Padre Sabino Marques, sendo por essa altura benzidas as Imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus, atualmente veneradas na Igreja Paroquial.
Em Dezembro de 1941, já com a presença do Sr. Padre Manuel Paiva Videira, é oferecida pelas Conferências Vicentinas a imagem do seu Padroeiro, São Vicente de Paulo, que se encontra no Centro Social (Bairro J. Pimenta).
Por volta do ano de 1956, instalam-se nos anexos da Capela os Padres Combonianos, que durante cerca de 20 anos se encarregaram, de forma exemplar, dos cuidados pastorais do povo de Paço de Arcos. Quem não se lembra dos zelosos servidores de Deus Padres Ângelo de Lassalandra e Silvino Casselli?
Malgrado as suas exíguas instalações, a Capela era o único local de culto católico (esporadicamente celebrava-se Missa na Capela do Palácio dos Arcos), a funcionar com o estatuto de Vicariato dependente da Paróquia de Oeiras.
Bem mais tarde, cerca de 1965, para obviar as carências da Capela, o culto passou a ser efectuado, de forma provisória, numa Igreja pré-fabricada, instalada no terreno frente ao atual supermercado Pingo-Doce, oferecido pela família Leacock, católicos fervorosos e grandes amigos de Paço de Arcos.
Finalmente, em 1969, fruto da vontade firme e entusiasta do Padre Luís Nesi, acompanhado por um grupo de paroquianos ativos, é inaugurada a moderna e funcional Igreja da Sagrada Família, passando, em simultâneo, a ser criada a Paróquia de Paço de Arcos, com o nome de Senhor Jesus dos Navegantes. A partir desta data, a Capela deixa de ser utilizada regularmente como local de culto, salvo nas Festas anuais da Vila, onde, o Prior, Padre Joaquim de Sousa Lopes, em gesto significativo pela tradição, e em louvor das gentes da terra, a utiliza, atitude aliás seguida pelos seus sucessores, com a celebração de um tríduo preparatório e de uma procissão levando, de forma solene, a imagem do Senhor para a Igreja Paroquial. Na Segunda-feira da semana seguinte, celebra-se a Eucaristia em Ação de Graças por todos os que colaboravam nas festividades. Também as cerimónias do Domingo de Ramos são iniciadas na Capela de onde sai a procissão com os fiéis de palmas na mão aclamando o Senhor.
Por iniciativa deste mesmo Prior, a partir de 1975 os anexo do rés-do-chão da Capela serviram de Sede e de local principal de atividades do Agrupamento de Escuteiros de Paço de Arcos, de onde só saíram aquando das obras de recuperação. Num passado recente, e uma vez que a Igreja Paroquial passou a dispor de uma sala mortuária, a Capela foi encerrada e desta forma inicia uma nova fase de gradual abandono.
Em 1993, finalmente, graças ao enorme esforço e dedicação do Padre Armando Duarte, agora Cónego, então Prior de Paço de Arcos, a Capela passa a pertencer à Paróquia, adquirida ao Estado pela simbólica quantia de 17.500 euros.
Criada uma Comissão presidida por este Prior e pelos paroquianos engenheiro António Vilardebó e Silvino Valente, foi conseguida a assinatura de um protocolo com a Câmara Municipal de Oeiras, presidida pelo Dr. Isaltino Morais, que resultou numa notável recuperação da Capela e anexos, obra paga na totalidade pela Autarquia, com custos na ordem dos 250 mil euros. A Comissão, graças às dádivas dos paroquianos, restaurou as imagens e equipou a Capela com o necessário mobiliário.
No ano de 2002, por iniciativa do Padre João Eleutério, a Capela reabre ao culto de modo regular, sendo lá celebradas missas todos os Sábados. Foi também iniciado um novo ciclo no aproveitamento das instalações, com a realização de visitas de estudo e outras atividades de ordem cultural e religiosa.
No plano social, e em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Oeiras e a Junta de Freguesia de Paço de Arcos, as instalações anexas são utilizadas em acções de caráter social junto dos “sem-abrigo” e dos adolescentes e jovens mais carenciados.
No decorrer do ano passado, já sendo Prior o Padre Jaime Pereira da Silva, a Capela é equipada com um órgão, a cruz exterior é iluminada e são efetuadas obras de conservação a cargo da Câmara Municipal de Oeiras, agora presidida pela Dr.ª Teresa Zambujo.
Passando a uma simples resenha arquitetónica, lembramos que a Capela é constituída por uma única nave, rematada por uma abóbada de berço e, ao nível do piso superior, por uma galeria lateral à nave e por um coro. O espaço é enriquecido por alguns elementos do período Barroco, nomeadamente o altar em que predomina a talha dourada. A abóbada é revestida a estuque, apresentando belos motivos decorativos. É também de realçar, sobretudo pela sua antiguidade, a existência de valiosos lambris de azulejos, as imagens do Senhor Jesus dos Navegantes, do Mártir São Sebastião, o lava-mãos, o confessionário, o crucifixo de mesa, moldura com ex-voto de salvamento com legenda e a pia baptismal (séculos XVII, XVIII e XIX).
Pelo estado atual que a Capela apresenta e pelos serviços que na mesma são prestados, justo é lembrar a ação dos Senhores Padres que passaram pela nossa Paróquia. Rezemos pelos irmãos que Deus já chamou a Si e que tanto carinho tinham pela “sua” Capela e enorme fé no Senhor Jesus dos Navegantes e demos os parabéns aos habitantes de Paço de Arcos, nomeadamente aos que neste Templo celebraram as principais etapas das suas vidas humanas e religiosas.
Silvino Valente
Maio de 2006
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