É com consternação que o Patriarca de Lisboa acompanha a situação de violência e conflito em zonas periféricas da cidade de Lisboa. Assegura a oração por todos os envolvidos nestes acontecimentos, e lamenta profundamente a perda de uma vida e vários feridos que deles resultaram.Neste momento particular, recorda as palavras de Jesus: «Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz» (Jo 14, 27). Na certeza destas palavras de Jesus, convida todos a acolher a paz e a gravar no coração que a violência nunca é o caminho para uma sociedade justa e feliz. O projeto de sociedade que Jesus inaugura funda-se no reconhecimento da dignidade do outro, o que implica necessariamente o acolhimento. Neste sentido, somos todos constituídos construtores da civilização do amor.D. Rui Valério assinala que Portugal é profundamente marcado pela experiência da emigração e que isso fez com que seja um país perito na arte de acolher com humanismo todas as pessoas. Por isso, os fenómenos de violência são estranhos e esdrúxulos em relação ao que Portugal foi, é e quer ser.Assim sendo, o Patriarca de Lisboa convida a que se encetem caminhos de serenidade e de paz, fundados no diálogo e no respeito mútuo. Apela também a todos para que se busque sempre o bem comum, que visa também a segurança – um bem muito precioso –, para o bom desenvolvimento da sociedade.
Lisboa, 24 de outubro de 2024