Peregrinar para começar!

Senhora da Rocha Cubista

Na alvorada de um novo ano pastoral, quando o tempo se espreguiça e as intenções ainda germinam, a comunidade de Paço de Arcos vai faz-se ao caminho. Não é um caminho qualquer, nem uma errância sem rumo. É uma peregrinação com destino e propósito, um movimento de corpo e alma que leva o povo, passo a passo, ao amparo do pequeno Santuário de Nossa Senhora da Rocha. Com o Tejo por testemunha e o horizonte como promessa, este gesto inaugural é muito mais do que um evento; é a bússola que se acerta para a longa jornada que se avizinha.

Ir à Rocha, no próximo dia 4, para a comunidade crente de Paço de Arcos, é ir à fonte. É procurar o alicerce, a pedra firme sobre a qual se deseja edificar os trabalhos, as alegrias e as provações do novo ciclo. Neste ano, o simbolismo adensa-se, ganha um peso de particular gravidade e esperança. A comunidade prepara a casa, arruma o coração, pois aguarda a visita do seu pastor maior, o Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. E não há melhor forma de preparar a vinda do pastor do que reunir o rebanho e levá-lo a beber da água pura da devoção.

Esta peregrinação é, antes de mais, um ato de comunhão. São os passos que se acertam em cadência, as vozes que se unem em prece, as mãos que se amparam na subida. Por instantes, a paróquia deixa de ser um conceito ou um território e torna-se um corpo visível, um organismo vivo que respira e avança em uníssono. As preocupações individuais diluem-se no murmúrio coletivo da oração, e a fé de cada um encontra eco e fortaleza na fé do irmão que caminha ao lado. É a imagem mais fiel de uma Igreja sinodal, que se escuta e se constrói em movimento.

Ao colocar este início de ano pastoral sob o manto da Senhora da Rocha, a comunidade faz uma declaração silenciosa, mas profunda. Confia à Mãe a preparação do encontro com o sucessor dos Apóstolos. É como se dissessem: “Eis-nos aqui, em nossa pequenez e com o nosso desejo de servir. Apresentamo-nos diante de ti, Senhora, para que o nosso coração esteja pronto e a nossa casa, digna de receber aquele que vem em nome do Senhor”. A peregrinação torna-se, assim, o adro espiritual que antecede a visita do Patriarca; é a prova de que esta é uma Igreja viva, que não se contenta em esperar, mas que se adianta ao encontro.

Quando D. Rui Valério chegar a Paço de Arcos, não encontrará uma comunidade estática, mas uma paróquia já em marcha, com o pó do caminho nos sapatos e o brilho da fé no olhar. Encontrará um povo que, antes de lhe apresentar os seus planos e as suas estruturas, lhe oferece o fruto da sua oração e o testemunho da sua devoção. A peregrinação à Rocha é, pois, o primeiro fôlego, o hausto de ar puro antes do mergulho. É a certeza de que, para esta comunidade à beira-Tejo, qualquer caminho, por mais desafiador que seja o ano pastoral, começa com um passo de fé, ancorado na rocha firme que é Cristo, sob o olhar terno da sua Mãe.

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